por Cida de Souza
ISIS MEDEIROS
"A gente já vive o que não acredita"
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NO INVOCAÇÕES: A sensibilidade não se encontra em projetos, dialetos ou observações, ela é a sua forma de comunicação e relação com o mundo. É assim que a fotógrafa mineira Isis Medeiros trabalha: entregando seus sentimentos para o seus fotografados e para suas situações de vida. Da paisagem morta pós-Brumadinho e para a rotina de vida de seus avós octogenários, seus registros são um símbolo de um Brasil interiorano e em busca da felicidade.
Relacionando o a sua linguagem autoral enquanto se molda perante o mercado, o Invocações desta semana apresenta uma conversa sobre a reponsabilidade de posicionar, não apenas em suas fotografias, mas em seus atos como fotógrafo.
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MANHATTAN, HOST: Artista que utiliza a fotografia como sua principal ferramenta de comunicação e fundador da Agência Sangria.
Florianópolis, SC.
ISIS MEDEIROS, CONVIDADA: Fotojornalista independente, autora do fotolivro 15:30 e membro integrante do Mamanas Coletivo.
Belo Horizonte, MG.
SOBRE ISIS MEDEIROS
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Em 2020 a fotógrafa se destacou ao lançar o fotolivro "15:30", que entregava ao público um relato único sobre os cinco anos do desastre da cidade de Mariana - quando uma barragem destruiu paisagens, construções e vidas.
Em meio á um livro caótico e pesado contendo dores e choros, a mineira ganhou desta que por registrar o cotidiano de seus avós durante o período de pandemia. A fotógrafa seguiu em uma imersão de meses, onde, além de aumentar a sua relação afetiva com os mesmos, entregou trabalhos que deram ao público um certo alívio e compaixão com o próximo.
Em suma, suas fotografias, para além do registro, entregam exatamente a forma com que ela se relaciona com seus avós. Não importa o personagem ou a cena que seja, Isis Medeiros consegue fazer o que todos almejam e poucos, de fato, conseguem: entregar humanidade.
Os seus registros de Mariana, presentes aqui nesta mini exibição, são um reflexo direto de todo o seu corpo de trabalho e de suas ambições como fotógrafa. Apenas aquele que se entrega de corpo e alma a seus trabalhos consegue se conectar com o outro - e este é exatamente o caso de Isis.
Com opiniões fortes sobre posicionamentos políticos e sociais no âmbito fotográfico, Isis relata, neste episódio do Invocações, todos os seus medos, incertezas e dilemas com a fotografia e, principalmente, o seu desprezo para aquele que não se impõe, mesmo quando pressionado. Além disso, ela conta um pouco sobre a sua carreira no fotojornalismo e seus pensamentos com relação a juventude atuante neste novo modelo de mercado, bem como realiza que tudo o que viveu, e ainda vive, está sendo entregue em cada uma das suas fotografias - seja nas fotografias de seus avós ou de completos desconhecidos.
A gente já vive
o que não acredita!
Integrante do Mamana Coletiva, a fotógrafa se propõe a abrir espaço e divulgar novos olhares menos favorecidos e emergentes na fotografia, como o de mulheres, negros e toda a comunidade LGBTQI+. Para ela, a importância de se ter todos os tipos de pessoas envoltos em uma mesma arte é um símbolo, não só de liberdade, mas de compreensão e consenso neste meio que é marcado pela predominância masculina.
Neste episódio do Invocações, a fotógrafa mergulha em temas políticos e críticas a fotógrafos que não se impõem em seu meio artístico, bem como relato que tenta sair de uma bolha para que o seu espaço de fala seja, não apenas ouvido, mas compreendido por aqueles que também estão dentro de suas bolhas.
MAIS NA SANGRIA
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CITADO NO PROGRAMA:
Leia mais sobre: 15:30, Brumadinho e Sebastião Salgado lança "Amazônia" em Paris.
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