

SÓ A LUTA
MUDA A VIDA!
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18.01.2021


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"A organização popular
é capaz de mudar vidas."


Quando recebi a notícia de que 19 famílias haviam perdido suas moradias em um incêndio na comunidade de São Rafael, em São Paulo, que aconteceu no dia 28 de abril de 2020, me juntei à organização popular Mandela Free. A organização iniciou um movimento para angariar fundos e doações para a reconstrução das casas. Além disso, eles também auxiliariam na organização de reuniões e pautas ao lado dos moradores para decidirem o futuro e a nova estrutura da comunidade.
Senti que seria mais do que necessário, para mim, conhecer essas pessoas e documentar este momento através das minhas lentes.



Os adultos trazem, dentro de si, a esperança e a força para ajudarem na reconstrução, mas ainda não compreendem o senso de coletividade que precisam ter para a organização funcionar. As pessoas, ali, nunca trabalharam unidas por um objetivo em comum e sempre colocam seus objetivos individuais na frente. Aos poucos o Mandela Free introduz essa noção no consciente das pessoas, tentando guia-las para realização deste sonho. É primordial que cada família prejudicada tenha uma casa de alvenaria para morar.

"É primordial que cada família prejudicada tenha uma casa de alvenaria para morar."



Por outro lado, as crianças encontram, na imaginação e na liberdade de caminhar por toda a favela, um mundo de diversão e brincadeira.

Na construção, no córrego, ou debaixo das torres, é cotidiano encontra-las correndo descalças sem enxergar as dificuldades e os perigos ali presentes
Elas vivem e crescem da maneira que podem no mundo mágico que suas mentes criam.


"A felicidade nasce aqui da mesma forma que até no lixão nasce flor. "


Gostaria de levar muito conhecimento, arte e oportunidade para todos, porém estou agindo dentro das minhas limitações. Em dias que a esperança parece desaparecer no mar de problemas, fujo pra São Rafael e sou recebida com abraços e carinhos das crianças que ao me ver já pedem fotos e para mexer na câmera. Por horas esqueço de tudo, como diz o Mano Brown na música ‘Fim de Semana do Parque’: “[...] pode crer eu gosto disso, mais calor humano[...]”.

Acredito que esse calor humano é a definição das favelas do Brasil, e tenho aprendido a valorizar mais este sentimento de pertencer a um conjunto, pois sei que nos outros países o contato é frio e as pessoas introspectivas. Percebi que no meio das pessoas em situação de vulnerabilidade social, encontrei amor e cuidado sem igual.

