

BOYZ N THE HOOD MADE IN JACARÉ
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26.07.2021


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Frantz Fanon é meu pastor e nada me faltará.



Atravessando a zona norte, fazendo a conexão Nova Holanda - Jacaré, saio de casa com o convite de um amigo, T.H, para fotografar eventos que foram acontecendo ao longo dos meses no Jacaré. Antes é preciso contar ao leitor que essas fotos só foram possíveis depois de muita relação minha e da minha companheira @risco_____ , contando com algumas parcelas ainda a serem pagas, depois de 4 anos fotografando eu pude comprar uma câmera.
Com essa digressão, voltemos ao relato...
Através desse convite do irmão e o material propício, os trabalhos começaram depois de acordar de um roteiro de Jordan Peele na cidade que tem dois padroeiros, São Sebastião e São Jorge - ou dependendo da sua origem, Oxossi e Ogum.
Na cidade que faz 40 graus, ambos orixás nos vigiam por suas características guerreiras, embora ora ou outra uma intervenção civilizatória quebre, rompa alguns acordos, gerando políticas de inimizade nas áreas de quilombos modernos.

Após um mês eternizando momentos através da fotografia, no p&b eu começo a notar as formas que as pessoas se relacionam com a rua, o espaço público coletivo, e como a cada geração essas características se modificam. Buscando inspiração no filme Boyz N The Hood e na música In My Hood do rapper 50 cent, procuro registrar esses Donos das Ruas em terras tropicais com outra perspectiva.



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Segundo os bacongos, n'goma, o tambor, é o pai de todos os que transgridem a dor em desafios de festa e liberdade.

Fugindo da narrativa de um cotidiano violento, busco os momentos eternizados, aguçando o olhar nos vestígios fotográficos que se enquadrem em n'goma.
Com isso, essas fotos não tem caráter de denúncia ou mostrar um "novo", pelo contrário! Esses registros vem com o objetivo de eternizar momentos que estão acontecendo a todo dia e a toda hora, mas que com a emergência do rodo cotidiano, são silenciados, sufocados por quem deveria nos servir e proteger.
No mais, para versar com a última foto, fazendo um diálogo com todo o contexto dessa história e do Errejota, trago um dito popular:
"Quem é guerreiro de Ifá, não vai à guerra com lança".
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