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A CASA DO PESCADOR

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29.12.2021

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Se em outra vida eu não fosse fotógrafo,

queria nascer pescador.

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Fotografias de rua feitas em Salvador-BA, no bairro do Rio Vermelho. Novembro de 2021.

 

Durante a pandemia, retornei para minha terra Bahia e vim morar no bairro do Rio Vermelho, coração da cidade. Nas minhas andanças pela vizinhança, sempre passava por este lugar mágico, onde os pescadores habitam.

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Em 1972, o local que fica na beira da praia do Rio Vermelho, se transformou no que chamamos Casa de Yemanjá. A Casa de Yemanjá é um lugar mágico para mim, sinto que a qualquer dia e qualquer hora vai ter uma foto me esperando lá. Segundo a história, num ano de escassez de peixes no mar, um grupo de pescadores ofereceu presentes para a Mãe das Águas.
 

Nos anos seguintes, esse ritual se repetiu e a casinha dos pescadores, tornou-se neste local sagrado dos adeptos do candomblé. É onde acontece a festa de Yemanjá no dia 2 de fevereiro, quando uma multidão de devotos, admiradores e curiosos levam suas oferendas para a Mãe das Águas, pedindo proteção, num ritual único e emocionante onde acontece a maior festa do bairro.

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Salvador, Bahia. Território africano.

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Esta série pode ser vista como a representação visual dos muitos Brasis que cabem no Brasil.

Essa mistura de contrastes, de gente, referências, de culturas e saberes de dimensões continentais, de uma manhã em torno da Casa, com imagens feitas por volta das 6h, horário em que os pescadores já retornam com os peixes. Encontrei nas ruas o pilar poético de uma fotografia composta por variações expressivas. As imagens trazem elementos que chamam atenção do meu olhar, como a vida na praia e o mar, aplicadas à fotografia de rua que sugerem o recorte de uma história sobre o cotidiano da pesca.

Ela varia, se adapta, interage, provoca e traz em si a nossa riqueza cultural.

Na busca por registrar o comportamento humano perante os grandes centros urbanos, a fotografia de rua pode atuar como um ode à nossa cultura, nesse exercício de um profundo olhar à nossa diversidade, concentrada no drama do cotidiano de pessoas comuns que fazem das ruas um sistema vivo e pulsante. Esse projeto visa contribuir para o imaginário de uma nação, a fim de despertar reflexão sobre nossa plural identidade.
 

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Durante todo o ano, o pátio da Casa continua sendo local de venda de peixes frescos. As portas ficam abertas para a visitação pela manhã e começo da tarde.

 

O Rio Vermelho é este bairro que eu moro fisicamente e que reside também dentro do meu coração, e neste projeto, que surgiu de forma orgânica, viso manter em construção e desenvolvimento com o olhar de uma narrativa própria de quem aqui habita.

Pesca, pescador, barcos, estar ao mar, todo esse conjunto me capturam a este tema. A coragem, disciplina, submissão explícita a essa força da natureza - entre o céu e o mar - fico extasiado. Costumo dizer que se em outra vida eu não fosse fotógrafo, queria nascer pescador.

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